Thursday, March 26, 2009

Revoltas árabes já aparecem dentro de Israel

Depois dos escândalos que vieram à tona sobre o uso de escudos humanos pelas tropas israelenses, as denúncias da barbárie cometida na mais recente ofensiva em Gaza, o impasse em torno da formação de um governo de extrema-direita, o mais recente capítulo da crise na região foram os violentos confrontos entre judeus sionistas e árabes-israelenses na maior zona árabe dentro de Israel.
Fortes enfrentamentos ocorreram na terça-feira (24) em Israel após centenas de ultranacionalistas de direita realizarem uma manifestação racista em plena cidade árabe.
Milhares de policiais foram mobilizados para dispersar os manifestantes, porém três árabes foram presos, gerando mais revolta entre a população árabe-israelense e culminando em uma verdadeira batalha campal.
Manifestantes árabes, israelenses de extrema-direita e milhares de policiais se confrontaram violentamente na cidade de Umm al-Fahm, próximo da fronteira com a Cisjordânia, deixando pelo menos 28 feridos. Centenas de árabes se concentraram na entrada da cidade para impedir a passeata de extrema-direita.
Dirigentes e deputados árabes reuniram os manifestantes na entrada da cidade da Baixa Galiléia logo pela manhã, pouco antes da chegada dos israelenses, liderados pelos políticos de extrema-direita Itamar ben Gvir, o deputado Michael Ben Ari e Baruch Marzel - este, um antigo líder do partido anti-árabe de extrema-direita Kach, proibido em 1994 pelo governo. Eles afirmam que têm o direito de hastear a bandeira israelense em qualquer lugar do país e acusam os cidadãos árabes-israelenses de "traição" por apoiarem os palestinos contra o Estado sionista.
A cidade de Umm al-Fahm é considerada um reduto nacionalista árabe-israelense e do movimento islâmico em Israel. Os árabes representam 20% da população israelense, equivalente a 1,2 milhão de pessoas ou um quinto da população total.
A polícia usou jatos de água e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar o tumulto, porém a repressão pesou somente contra os árabes. Estes, apesar de terem cidadania israelense, vivem num regime de segregação.
A direita tentava realizar a marcha desde o ano passado, conseguindo finalmente uma autorização do Supremo Tribunal, mas o inevitável confronto levou a polícia a impedir a manifestação que tinha como objetivo celebrar os 60 anos da fundação de Israel.
Os confrontos em Umm al-Fahm não são isolados, mas evidenciam o clima de guerra civil que se vive dentro de Israel, fomentado por um governo apoiado pelos partidos de extrema-direita. A crise latente está levando a uma terceira Intifada dentro do próprio Estado sionista.
Medo da revolução
Após uma prévia do que será o próximo governo, Benjamin Netanyahu, líder do direitista Likud e designado para formar o novo Executivo, lançou imediatamente a proposta de negociações de paz com os palestinos.
"Negociarei com a Autoridade Nacional Palestina a paz", disse o premiê durante uma conferência de negócios realizada em Jerusalém (Haaretz, 25/3/2009).
O líder da direita israelense declarou que "a segurança, a prosperidade e a paz estão inter-relacionados", prometendo assegurar o desenvolvimento econômico nos territórios palestinos para avançar o processo de paz sem a necessidade da criação de um Estado palestino, solução defendida pelo imperialismo, liderado pelo presidente norte-americano Barack Obama, para iludir as massas palestinas e conter uma revolução no Oriente Médio.
O novo governo apoiado pela direita anti-árabe pretende aprofundar a ocupação na Palestina e expulsar os árabes que vivem em Israel. Netanyahu e seu principal aliado, o fascista Avigdor Lieberman, do partido Yisrael Beiteinu, negociam a ampliação de assentamentos judeus na Cisjordânia, região cujo apoio de Mahmoud Abbas é decisivo para esta empreitada, uma vez que este plano é inconcebível na Faixa de Gaza controlada pelo Hamas.
Ao mesmo tempo, o histórico Partido Trabalhista aprovou a decisão de se juntar ao novo governo para servir como uma espécie de tábua de salvação diante de uma inevitável catástrofe do regime em um futuro muito próximo.
O que está em jogo em Israel é a sobrevivência do próprio Estado. Nunca o país se viu diante de uma crise tão avassaladora desde sua criação em 1948. A situação está levando a crise para uma polarização cada vez maior entre a direita sionista e as massas palestinas. O imperialismo tenta formar um governo de unidade nacional com setores de centro para conter uma escalada revolucionária sem precedentes.

Fonte: Causa Operária On-Line

''Ou os verdadeiros israelenses acordam, ou o sonho de Herzl e Ben-Gurion vai por água abaixo antes mesmo da nova 'leva' de sionistas (eu estou incluso...)''

Sunday, March 15, 2009

Superior não é só Nível


Superior é poder trabalhar,
Superior é poder estudar,
Superior é saber os dois conciliar.

Superior é ampliar horizontes,
Superior é conhecer muito mais pessoas.

Se mobilizar é ser, de qualquer coisa, polêmico.
Honrar, bater no peito
Sentir o Orgulho Acadêmico.

História, Matemática, Geografia.
Escolha sua licenciatura.
Para se formar, mantenha sua alma pura.

Engenharia, Direito, Adminstração, Jornalismo.
Mergulhe no seu bacharel.
O início é amargo, mas, logo vira doce, assim como mel.

Estudar para ser incrível.
Superior não é só nível.

A solução para a crise
Sem dúvida é a educação!
Organizar os Universitários
Para um enorme MUTIRÃO!

Estudar mais é inesquecível.
Superior não é só nível.

Diploma. Para tirar o Brasil de um profundo coma.

É Purim!


Saída do emprego,
Mudança de faculdade,
Dívidas aumentando.

Continuo feliz?
Sim! É Purim!

A festa mais alegre do Judaísmo,
Fantasias, sorrisos.
Música eletrônica, Stella Artois, Red Bull e etc.

Não quero acordar.
Deixe-me sonhar.
Purim, tempo de bem estar.

Grandiosa és,
Rainha Esther.
Grande povo de fé,
Israelita.

Tempo de perder o medo.
Ler a meguilá, abrir o coração através da tsedacá.
Entrando em contato com o sagrado.

Desejo uma boa realidade.
Com um bom emprego, boa faculdade.

Será que consigo antes de Pessach?

Sim!
É Purim!

A Legitimidade de Israel (Professor Manuel Tenenbaum)

Desde que em 1948, contra todas as previsões dos estrategistas militares, diplomatas experimentados e pedantes formadores de opinião, Israel não se deixou atirar no mar, o Estado judeu tem problemas de imagem e de legitimidade.
Com menos de uma década do seu estabelecimento já estava estigmatizado pela União Soviética e pelos terceiro-mundistas de diversa afiliação como "avançada do imperialismo", enquanto que o regime de Nasser e os dois partidos "baatistas" da Síria e do Iraque recebiam o rótulo de "progressistas".
Quando Nasser fechou o Estreito de Tiran e obrigou as forças da ONU a se retirarem na véspera do que foi a Guerra dos Seis Dias, o Presidente francês Charles De Gaulle declarou agressores aos israelenses e teve sua famosa frase "povo seguro de si mesmo e dominador".
Veio depois o abjeto sabá na ONU, quando se declarou ao sionismo racista. O século XX precisava do seu libelo de sangue e conseguiu-o no mais alto nível internacional.
Atacado no meio de Iom Kipur, Israel –perdedor no princípio- teve a ousadia de se recuperar e de expulsar o inimigo para o seu território.
Israel se defendeu e acabou vitorioso em guerras que, de ter sido derrotado em uma, teria deixado de existir. Recebeu mais de meio milhão de judeus perseguidos e saqueados no mundo árabe e em lugar de conservá-los como refugiados transformou-os em cidadãos. Além disso, Israel não treina suas crianças e adolescentes na estratégia do fanatismo anti-árabe do terror e do desprezo à vida humana. Tampouco pertence a nenhum bloco regional, não tem vinte-e-um estados irmãos nem mais de cinqüenta que pratiquem sua mesma religião.
Estas circunstâncias certamente não contribuem para polir a imagem israelense. Mais de vinte mil soldados e civis mortos nas guerras que lhe foram impostas e nos atentados terroristas são "pouco" sangue derramado. Ter se defendido com eficácia, um "pecado" maior. Não ter mantido e exposto seus próprios refugiados à miséria, um demérito para atrair a compaixão universal. E o pior de tudo, Israel prefere se manter firme e incompreendido antes que destruído e consolado na sua desgraça.
A atual pulsão anti-israelense do mundo midiático e da opinião pública que implica em espasmos de anti-semitismo com "honrada consciência" está repleta de tergiversações e hipocrisias.
Há um par de mentiras grosseiras que foram adotadas com entusiasmo digno da melhor causa pela "non sancta alianza" de agitadores pró-palestinos, energúmenos neonazistas, esquerdistas (naão todos) cheios de ódio pelo afundamento do mundo comunista, e intelectuais e políticos –especialmente europeus- que se deleitam vilipendiando Israel, que se arriscam em nome do direito internacional e dos Direitos Humanos enquanto proclamam não serem anti-semitas.
Mentira número um: Israel é um Estado estrangeiro no Oriente Médio.
Mentira número dois: Israel invadiu a Palestina.
Se estas mentiras tivessem um ápice de verdade, tudo o que se denomina civilização ocidental cairia por sua base e literalmente não existiria. A carta constitucional do povo judeu é o Tanach, a Bíblia que o mundo civilizado considera como a fonte primigênia de legitimidade, cultura e moral.
Mil anos antes do nascimento do judeu Jesus de Nazareth e mais de 1600 anos antes do surgimento do Islã no deserto da Arábia, David e Salomão já reinavam como governantes de um Estado judeu em Eretz Israel e nunca, em nenhuma época, houve na referida terra um Estado autóctone que não fosse judeu. Houve, sim, invasões imperialistas que destruíram a independência hebréia durante longos interregnos, sem que os judeus jamais tivessem renunciado a reivindicar os seus direitos sobre sua terra nem deixaram de habitá-la por um só dia.
A legitimidade do Estado de Israel, re-fundado em 1948 em Eretz Israel (conhecida então como Palestina e o país dos judeus) se baseia em incontestáveis fundamentos de ordem religiosa, histórica, cultural, jurídica e política.
Todo o Tanach, a partir da concessão superior contida na Torá, da fé da propriedade judia de Eretz Israel, espaço territorial no qual se formou a personalidade do povo judeu, se desenvolveu a experiência monoteísta e se deram ao mundo os princípios fundamentais do direito e da ética, sem os quais a humanidade estaria nas trevas. Foi neste pequeno território, porém cheio de santidade e profecia que os judeus se propuseram irradiar luz para as nações, missão que cumpriram cabalmente nas mais diversas esferas e que tão ingratamente lhe foi recompensada.
Toda a história universal fala de povos que vão e vêm, mas os judeus permanecem, e sempre na direção de Eretz Israel, sem cuja centralidade seu legado espiritual seria incompreensível.
No mundo contemporâneo a política e o direito construíram o paradigma da autodeterminação dos povos e na ONU reconhecem-se 192 nações, entre elas 57 islâmicas e 21 árabes. A um só Estado se pretende discutir a legitimidade, ao Estado do povo do Tanach. No entanto se trata de um vão propósito, que só esconde a frustração dos que têm que se resignar por não poder destruir militarmente Israel. Ninguém está fazendo um favor ao Estado judeu ao reconhecer seu direito à existência, nem ninguém pode afetá-la ao desconhecê-la. Israel se funda pela decisão do povo judeu e pela justiça da sua causa, amparada não só pela promessa bíblica, pela história, pela cultura e por decisões relevantes do direito internacional, mas por seu próprio direito natural a ser um Estado na terra da sua origem e constituição.
Num mundo do avesso da mídia e da política atuais, destruir as Torres gêmeas, atentar contra a Estação de Atocha ou colocar bombas em Londres é sempre terrorismo da pior espécie. Porém enviar bombas humanas para massacrar israelenses em confeitarias, discotecas, ônibus escolares, pontos de ônibus e outros lugares de aglomeração pública, "não é terrorismo, é resistência". Lançar mísseis de foguetes contra a população civil do sul de Israel, "luta".
Tamanha aberração só se explica porque o desacreditado anti-semitismo pós Segunda Guerra Mundial encontrou por fim sua válvula de escape: o anti-israelismo. Hoje Israel é entre os Estados o que os judeus foram durante séculos entre os povos e é objeto de idênticas calúnias e libelos.
Que os judeus somos os únicos aliados fiéis com que Israel pode contar já não é uma mera frase retórica. Hoje mais que nunca a missão das comunidades judias no mundo é levantar-se em apoio a Israel, repudiando e desmascarando as difamações e informações falsas de que é vítima. A confrontação é em essência um choque de vontades e a primeira parte que se desmoraliza perde. É por esta razão que aprofundar a consciência judia em nossas comunidades se tornou hoje mais que nunca uma tarefa urgente. Com fé em nosso destino, o povo e o Estado judeu ganharão também esta batalha, que é a batalha não só de Israel, porque nesta luta está em jogo ao mesmo tempo a honra e a seguridade das comunidades judias do mundo inteiro.
Fevereiro de 2009.
Prof. Manuel Tenenbaum é um dos mais destacados intelectuais da comunidade judaica na América Latina, vivendo na Argentina. Foi Diretor-geral do Congresso Judaico Latinoamericano.